Até aquele que beija primeiro para perguntar o nome depois é beneficiado com a sensação de bem-estar. Esse hábito, presente em 90% das culturas no mundo, é tão irresistível que os cientistas resolveram se dedicar a entender seus mecanismos. Esta área de estudo, inclusive, tem nome: filematologia.
Mas pouco se sabe o porquê da nossa necessidade de sair beijando por aí. Pesquisas indicam que o ato é uma ferramenta importante para melhorar a qualidade de vida e definir se haverá compatibilidade em um relacionamento. Um dos trabalhos divulgados foi o da neurocientista Wendy Hill, que concluiu que o beijo na boca equilibra uma série de hormônios.
"O beijo libera reações químicas que afastam ou aproximam um parceiro em potencial", disse Helen, durante o encontro em Chicago. A saliva, por exemplo, transmite informações sobre a carga genética de cada um. "Os homens têm testosterona na língua e talvez por isso prefiram esse tipo de beijo. É um indício de que estão tentando fazer a mulher 'ler' sua carga genética", diz a pesquisadora. "Mas ainda há muito o que desvendar sobre o assunto."
A "leitura" genética entre os universitários Jorge Assef, 20 anos, e Tâmara Leite, 22, vem dando muito certo. Junto há cinco meses, o casal é assumidamente beijoqueiro. Na primeira vez em que seus lábios se tocaram, o encontro durou seis minutos, sem intervalos.
"Quando não estamos conversando, estamos beijando. Depois de uma briga, os beijos são mais longos e apaixonados", diz Assef, reforçando que não começa um namoro se a primeira experiência tiver sido ruim. Tâmara concorda: "Se o beijo não funciona, não dá vontade de dar outro."
O jovem casal está certo, de acordo com um estudo concluio que o primeiro beijo do casal define o futuro da relação. Após o primeiro contato, 59% dos homens e 66% das mulheres disseram ter descoberto não estar mais interessados em alguém por quem se sentiam atraídos anteriormente. "É possível que o beijo ative mecanismos evoluídos que funcionam para desencorajar a reprodução entre indivíduos que seriam geneticamente incompatíveis", diz o psicólogo Gordon Gallup Junior, coordenador da pesquisa. O estudo indicou também que as mulheres dão mais importância aos beijos do que os homens, utilizando o ato como uma avaliação para saber se o parceiro interessa e se há chance de manter e intensificar a intimidade.
O que a ciência já comprovou é que, ao beijar, é liberada uma avalanche de sensações prazerosas enviadas pelo cérebro ao corpo benéficas para a saúde . "É uma manifestação de afeto fundamental para o bem-estar".
No Brasil, o hábito não era comum entre os índios. Chegou com a vinda dos portugueses, que descobriram carícias como o beijo por meio da literatura erótica oriental, como o Kama sutra.
A partir dos anos 80, o beijo passou a acontecer nos quartos, com sugestão de sexo.
Nos dias de hoje, é até um símbolo de poder. "Beijar vários na balada agrega status. É a prova de que se é desejado por muitos e dá ao beijador uma condição especial", explica a psiquiatra Carmita Abdo.Entre amigos o beijo também é importante. Significa afeto e confiança.
"Pode ser dado na testa, na bochecha, na cabeça e costuma vir acompanhado de um abraço." O ato formal e social, de cumprimento com conhecidos, é apenas educação, mas envia a mensagem: "Dou boas-vindas a você e quero me aproximar."
A vontade de colar os lábios nos lábios do parceiro é um termômetro importante nas relações. Entre todas as estatísticas populacionais realizadas no Brasil pela psiquiatra Carmita Abdo, o beijo é o mais lembrado pelos casais quando questionados sobre o que reflete a intimidade deles de maneira positiva. "Casais que se distanciam revelam que o beijo é o primeiro elemento a desaparecer da relação. Muitos até mantêm o sexo, mas perdem a capacidade de beijar", diz Carmita. É pelo significado de intimidade ser tão grande que as prostitutas rejeitam o contato entre as bocas. "Assim elas mostram que não há envolvimento romântico. É apenas trabalho", diz a terapeuta Magdalena Ramos.
Bons relacionamentos na vida adulta, podem ser reflexo de uma infância em que beijos carinhosos por parte dos familiares eram frequentes. Estudos mostram que crianças que são constantemente afagadas pelos pais se tornam pessoas mais gentis e confiantes, diz a neuropediatra Sueli Rizzutte.
Peguei Daqui Ó
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